Início do Conteúdo

CPI investiga morte de bebê atendido em UBDS no Quintino II

Lorenzo faleceu na UPA após dois atendimentos na Unidade Básica
CPI investiga morte de bebê atendido em UBDS no Quintino II

Fotos: Allan S. Ribeiro 

Na tarde desta quinta-feira (18), reuniram-se na Sala de Comissões do legislativo os vereadores da CPI que apura a morte do bebê Lorenzo Manoel Faria Barros, bem como a estrutura funcional, de atendimento e equipamentos das UBS, UBDs e UPA de Ribeirão Preto.

Orlando Pesoti (PDT) - presidente e os membros Isaac Antunes (PR) e Igor Oliveira (MDB), iniciaram a fase de oitivas com a presença de Nathalia Cristina da Silva Faria, mãe da criança, a avó Lilian da Silva Faria e a Advogada da família Mônica de Queiroz Alexandre. Os relatos são contundentes acerca dos atendimentos no sistema de saúde de Ribeirão. Lorenzo faleceu, segundo o Boletim de Ocorrência registrado pela família no dia 23 de fevereiro deste ano, na UPA, após ser atendido outras duas vezes na UBDS do Quintino II.

Nathalia e Lilian relataram que foram constatadas alterações nos exames de sangue realizados na primeira visita à UBDS, na quinta-feira (21), e mesmo assim a família foi orientada a levar o bebê pra casa.

"Na quinta-feira foi colocado um termômetro e dado um banho no meu filho. Após isso, fomos à sala da médica que colocou a luz nos ouvidos e examinou a garganta dele. Disse que estava tudo bem e pediu exames, que não ficaram prontos no momento. Pedimos transferência para o HC, já que tratávamos da anemia dele lá, e eles disseram que não havia necessidade", revelou Nathalia, que informou ter sida aplicada na criança dose de Bromoprida, geralmente indicado em casos de distúrbios gastrointestinais, náuseas e vômito.

"O Lorenzo tinha anemia falciforme, e o cartão de usuário dele constava isso. Tomou injeção de Bromoprida, sendo que com sete meses não poderia, segundo o que nos disseram depois. Ele estava com febre e deveria ter ficado em observação médica", disse.

Em relação ao segundo atendimento realizado na UBDS Quintino, no sábado, dia 23, Nathalia disse que a criança foi examinada por outra médica, que receitou a mesma medicação.

Sobre o atendimento na UPA, realizado mais tarde, Nathalia e Lilian informaram que o socorro e encaminhamento para urgência foram rápidos. Segundo elas, os problemas se originaram no primeiro atendimento na UBDS Quintino.

"Meu neto saiu perfeito de dentro de casa, não havia nada de diferente. Não estava vomitando e nem estava com diarreia, apenas febre", relatou Lilian.

A advogada Mônica informou que não foi notificada sobre abertura de procedimento administrativo na Secretaria da Saúde, que investigue a conduta dos profissionais que realizaram os atendimentos. Disse que já está em posse dos receituários médicos emitidos na UBDS, e solicitou o prontuário de Lorenzo junto ao HC, bem como o laudo do IML para anexo aos autos da CPI.      

A Comissão deliberou e concordou em solicitar acompanhamento técnico e avaliação médica dos exames e outros documentos relacionados ao caso de Lorenzo para esclarecimentos.

"Precisamos de fato aprofundar neste assunto para que casos como este não ocorram mais na saúde em Ribeirão Preto", concluiu Orlando Pesoti.

Por Marco Aurélio Tarlá